Crimes
O caso Dália Negra

O caso Dália Negra

Elizabeth Short, a Dália Negra – Wikimedia

ACHADO MACABRO

Na manhã fria de 15 de janeiro de 1947, a dona de casa chamada Betty Bersinger, moradora do bairro de Leimert Park, em Los Angeles, passeava com sua filha de três anos quando notou algo branco entre as ervas daninhas em um terreno baldio. A principio, ela acreditou ser um manequim de loja, mas, ao se aproximar, percebeu que se tratava de um corpo mutilado. Rapidamente, Bersinger tapou os olhos da filha e chamou a polícia, que chegou ao local em poucos minutos.

A forma como o corpo foi encontrado – Wikimedia Commons

EM PEDAÇOS

Os policiais encontraram o corpo nu de uma mulher que havia sido cortada ao meio. Ela estava deitada com os braços levantados acima dos ombros e cortes e machucados por todo o corpo.[1] Uma blusa preta foi encontrada embaixo de seu tronco, que estava partido ao meio na altura da cintura. Os intestinos foram posicionados por baixo das nádegas. Os punhos, tornozelos e pescoço tinham lacerações bem aparentes.[2] A boca havia sido cortada, estendendo o sorriso de orelha a orelha.

O corpo encontrado por Bersinger pertencia à Elizabeth Short, de 23 anos. A garota, que trabalhava como garçonete e era aspirante a atriz, havia sido vista pela última vez no dia 9 de janeiro.[1]

AS PISTAS

De evidências materiais concretas, a perícia achou somente uma trilha de pneus saindo do local de desova e pegadas de botas nas imediações. A profundidade das marcas na região do calcanhar indicava que alguém pudesse ter carregado o corpo. Um saco de cimento vazio com sangue aguado dentro foi encontrado a alguns metros do cadáver. Nenhuma dessas evidencias levou a um suspeito e a falta de tecnologia forense na época também não ajudou.[2]

A investigação concluiu que Elizabeth havia sido amarrada e torturada por vários dias, e morta provavelmente entre 9 e 15 de janeiro. Depois, seu corpo foi lavado e deixado no terreno baldio — os policiais defenderam essa hipótese porque não havia sangue no corpo ou no local.[1]

Uma das cartas anônimas que declararam a autoria do crime – Getty Images

A IMPRENSA

O caso ganhou atenção imediata da mídia – muitas fotos foram tiradas do corpo. Mesmo com a investigação em curso, a imprensa tratou tudo com especulação e tom de tabloide. O nome “Dália Negra” foi dado por um repórter do L.A. Herald Express, Bevo Means, inspirado no filme Blue Dahlia, do ano anterior. Ele citava o crime como Black Dahlia em suas matérias. As outras publicações acabaram adotando.[2]

O Herald Express recebeu centenas de denúncias e dicas anônimas, por meio de cartas e telefonemas. A grande cobertura do caso fez com que 59 pessoas confessassem o crime. Todas, no entanto, foram descartadas. As autoridades investigaram oficialmente mais de 20 suspeitos, mas nunca chegaram a uma conclusão.

Elizabeth Short, em 1943 – Wikimedia Commons

A mídia sensacionalista também forçou ligações com outros casos brutais famosos, como as vítimas de Willian Hereins, o Assassino do Batom. Mas os perfis das vítimas e os locais de ação não eram compatíveis, e as relações foram descartadas.

Sem solução até hoje, o assassinato de Black Dahlia (Dália Negra) se tornou um dos crimes mais famosos dos Estados Unidos. A história inspirou o filme The Black Dahlia (2016), adaptação do romance de mesmo nome, de James Ellroy, e foi citada em duas temporadas da série American Horror Story.[1]

Fonte:

[1] DÁLIA NEGRA: O CRIME BRUTAL DE HOLLYWOOD . Aventuras na historia
[2] O que foi o crime da “Dália Negra”? . Mundo estranho

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